quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dicas Ambientais: Lixo


Lixo Urbano no Brasil

Classificação, Destino, Lixo tóxico, TABELAS ASSOCIADAS

O Brasil produz 228 mil toneladas de lixo por dia – número inferior ao dos Estados Unidos (EUA) (607 toneladas / dia), mas bem superior ao de países como a Alemanha (85 toneladas / dia) e a Suécia (10,4 toneladas / dia).

Deste total, 73% têm como destino final aterros sanitários (técnica de disposição do lixo que garante o maior controle da poluição ambiental) ou controlados (quando o lixo é coberto com uma camada de terra), enquanto 21%, ou seja, 48 mil toneladas, vão parar nos lixões a céu aberto.

O quadro revelado pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000, do IBGE, indica uma melhora na destinação final do lixo, pois, se em 1989 apenas 10,7% dos municípios tratavam seus resíduos de forma adequada (em aterros sanitários ou controlados), em 2000 já eram 32,2%.

Quando ele não é tratado, expõe as pessoas a várias doenças (diarréia, amebíase, parasitose) e contamina o ar, o solo, as águas e os lençóis freáticos. O lixo pode também causar enchentes, por causa da obstrução de rios e córregos pelo material jogado em locais inadequados.

De acordo com a mesma pesquisa, a primeira do gênero realizada no país, as 13 maiores cidades são responsáveis por quase 32% de todo o lixo urbano e cada brasileiro, nas cidades com mais de 200 mil habitantes, produz de 800 a 1,2 mil gramas de lixo diariamente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnud) de 1999, do IBGE, em 1998 os serviços de limpeza e coleta de lixos municipais atingiram 92,4% das residências urbanas do país.

Classificação – O lixo pode ser classificado de acordo com sua natureza física, composição química, origem, riscos potenciais ao meio ambiente, entre outros fatores. A maior parte do lixo domiciliar no Brasil é composta de matéria orgânica e em seguida de papel, segundo o Instituto Virtual de Educação para Reciclagem. De acordo com a prefeitura de São Paulo, 73% do lixo da maior cidade do país provém das residências.

Destino – A cada dia são produzidas 4 mil toneladas de lixo pelos serviços de saúde. Deste total, 20% podem ser considerados patogênicos, tóxicos ou radioativos. Apenas 14% dos municípios brasileiros dão destino adequado ao material. O indicado é que esse lixo seja incinerado, queimado em forno de microondas ou tratado em autoclave (esterilização por meio de vapores).

Já os materiais radioativos precisam ser entregues à Comissão Nacional de Energia Nuclear. Na maioria dos municípios brasileiros, o lixo hospitalar não recebe tratamento específico e é misturado aos resíduos urbanos, o que coloca em risco as pessoas que vivem da coleta e reciclagem do lixo. Apenas no estado de São Paulo, o Instituto Pólis estima que 20 mil pessoas, boa parte crianças, sobrevivam desse tipo de trabalho.

As prefeituras que não separam o lixo hospitalar correm o risco de ser enquadradas na Lei de Crimes Ambientais.

As soluções para a questão do lixo são, segundo especialistas, a criação de aterros sanitários em locais adequados, a adoção de programas de coleta seletiva e reciclagem, a realização de campanhas de conscientização e uma maior atuação dos poderes públicos.

Lixo tóxico – Nos últimos anos tem crescido a preocupação com materiais tóxicos, como pilha, bateria de telefone celular, pneu e catalisador de automóveis, que, quando jogados fora, podem aumentar os problemas sanitários e de contaminação.

A pilha, por exemplo, deixa vazar metais, como o zinco e o mercúrio, extremamente prejudiciais à saúde. Desde julho de 1999, uma resolução do Conama responsabiliza fabricantes e comerciantes pelo destino final desse tipo de produto, depois que forem descartados pelos usuários. Além disso, surgiu nos últimos anos o problema do lixo digital.

Até o fim de 2001, cerca de 850 mil computadores ficaram obsoletos e foram trocados. Cerca de 94% de um computador é feito de peças recicláveis. Muitas peças, porém, trazem metais pesados, como mercúrio, níquel, chumbo, arsênico e cádmio, todos tóxicos.

Dos 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais que oferecem riscos à saúde, apenas 812 mil, aproximadamente 28%, recebem tratamento adequado, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre).

A legislação brasileira sobre o controle de resíduos industriais tóxicos, porém, ainda é muito falha, o que facilita a multiplicação de depósitos clandestinos. De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), até maio de 2002 há 245 áreas contaminadas no estado de São Paulo, a maioria por produtos de origem industrial.

A própria estatal admite que o número pode ser ainda maior, já que da relação não constavam os casos mais divulgados pela imprensa, como os de Paulínia (SP) e da Vila Carioca, em São Paulo, causados pela Shell, e os de Bauru (SP), de responsabilidade da Ajax.

O governo federal implanta em 2001 a Política Nacional de Resíduos Sólidos, gerenciada pelo Conama, com o objetivo de administrar os resíduos de maneira sustentável. Isso pode ser feito pela redução do consumo, da reciclagem e da reutilização de materiais. Nesse mesmo ano, projetos de gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos beneficiaram 114 prefeituras.

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A Necessidade de Reciclar


Preservar a natureza por meio da reciclagem e do reuso de recursos pode ser um bom negócio, tanto econômico quanto ambiental. 
A sociedade extrai os recursos da natureza, entretanto, esses recursos não são infinitos. Diante dessa realidade, teremos que utilizar a tecnologia, dos processos físicos e químicos e reutilizar ao máximo esses recursos.
Sabemos que o Brasil já é o campeão mundial de reciclagem de alumínio. Isso não ocorre por amor à natureza, mas sim por um problema social e econômico que é o desemprego. Assim como o alumínio, o papel e papelão também têm sido amplamente reciclados. Quem ganha com isso é a natureza.
Atualmente estamos acompanhando na grande mídia exemplos de reutilização de produtos e recursos que antes eram descartados.
Acreditava-se que era impossível sua reutilização. Um exemplo disso são os óleos lubrificantes que a Agencia Nacional do Petróleo (ANP), a partir de 1999, decretou que os mesmos não poderiam voltar para a natureza, exigindo sua reutilização. No município de Lenções Paulista (SP) isso vem ocorrendo. De cada litro de óleo lubrificante usado são extraídos nove compostos que servem para construção civil (produção de massa asfáltica) e até mesmo para a agricultura (substrato de defensivos agrícolas), restando ainda, ao final do processo 700 mililitros de óleo lubrificantes prontos para serem usados em máquinas e motores.
Outro exemplo que podemos citar é o reuso da água que cada vez mais se torna necessário. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2025 a falta de água será um pesadelo para 2 bilhões e 700 milhões de pessoas, por isso, toda iniciativa para economizar água é valida. No município de Pompéia (SP), uma escola profissionalizante investiu na reutilização da água que era consumida pela própria escola (inclusive a do esgoto). Após o tratamento, essa água é reutilizada nos vasos sanitários e na irrigação dos jardins. Em Jales (SP) um curtume reutiliza parte de sua água evitando o gasto excessivo com esse recurso.
Vocês já pensaram que para preparar um almoço ou um jantar desperdiçamos uma grande quantidade de nutrientes e vitaminas. Jogamos diariamente nos aterros e lixões cascas, folhas e talos de frutas e legumes que poderiam ser aproveitados se houvesse uma melhor divulgação e incentivo para o consumo dos mesmos.

Futuramente a alimentação das pessoas pode ser garantida com o consumo desses produtos que hoje são descartados. O Serviço Social da Indústria (SESI) já possui um programa que está sendo implantado em 31 cidades do Estado de São Paulo chamado “Alimente-se bem por um Real”. O curso ensina às pessoas o melhor aproveitamento dos alimentos e, antes, o que era descartado, agora, pode ser aproveitado.

Em síntese esse artigo vem como um alerta para a necessidade de pensar melhor nas formas de consumo que nossa sociedade vem implantando. Temos que mudar nossos hábitos, usar os recursos adequadamente para, assim, garantir a nossa sobrevivência. Pensem nisso!
Marçal Rogério Rizzo: Economista, professor universitário, especialista em Economia do Trabalho pela Unicamp, especialista em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras, mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp e doutorando em Dinâmica e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP de Presidente Prudente).